Costa Cesar

Entre outros mil, és tu Brasil: 8 grandes obras e artistas do mobiliário nacional

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O mobiliário brasileiro começou a nascer na década de 1910, quando Celso Martinez Carrera desenvolveu a famosa “Cama Patente”. No entanto, a fama internacional que hoje recai sobre móveis nacionais se deve, especialmente, a peças criadas entre as décadas de 1930 e 1960, no chamado período modernista. 

Buscando unidade entre o espaço construído e o mobiliário, arquitetos nacionais e radicados no Brasil como Sergio Rodrigues, Aida Boal, Oswaldo Bratke, Vilanova Artigas, Rino Levi, entre outros, criaram peças que hoje representam um marco na história do móvel brasileiro. Utilizando-se especialmente de madeira (o nosso “patrimônio artesanal”) e dando prioridade a um estilo mais “tropical”, que fugia do padrão neoclássico e neocolonial praticado na Europa, esses artistas desenvolveram um novo olhar sobre a casa brasileira, que hoje corre o mundo com a sua originalidade. 

Cadeiras e poltronas tornaram-se as principais tipologias do móvel moderno no Brasil, por vários motivos: é um dos móveis mais usados da casa, tem muita visibilidade, e pode absorver técnicas, formas e materiais construtivos diversos. Em “Design do mobiliário moderno brasileiro: aspectos da forma e a sua relação com a paisagem”, o Doutor em Arquitetura Alexandre Melo diz ainda que há uma relação direta do design de móveis nacionais com as paisagens e vegetação que circundam as casas brasileiras. 

Se você, como nós, tem paixão por arquitetura e design, vai adorar conhecer essa coleção de móveis e artistas que marcam a história do mobiliário brasileiro. 

• MÓVEIS
CELEBRES
DO DESIGN
BRASILEIRO

1. Cadeira Paulistano (1957),
Paulo Mendes da Rocha

Uma estrutura simples e elegante de aço polido coberta por uma capa removível de couro, lona ou algodão: essa é a composição da peça que é sucesso em feiras de design por todo o mundo. 

A Cadeira Paulistano já ganhou o Prêmio do Museu da Casa Brasileira, um dos principais do design brasileiro, e hoje faz parte do acervo permanente do Museu de Arte de Nova York (MoMA).

Sobre o autor
Paulo Mendes da Rocha (1928), junto com Niemeyer, é um dos nomes brasileiros mais famosos no cenário internacional quando falamos de arquitetura. Tem um Pritzker (o Oscar da arquitetura), e ostenta em seu portfólio obras como o Viaduto do Chá, a reforma da Pinacoteca do Estado, o Pavilhão Brasileiro na Feira Internacional de Osaka (1969), no Japão, e o Museu Brasileiro da Escultura – MUBE (1986), na capital paulista. Todas internacionalmente reconhecidas e premiadas. 

 

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2. Cadeira Bossa (2008) e
Para-sol Bird (2019), Jader Almeida

Estruturada em madeira maciça com assento e encosto em palha rattan, a Cadeira Bossa foi criada em 2008 pelo designer catarinense e se destacou pela forma leve, fluída e sofisticada. 

Já o para-sol BIRD é uma criação recente, que lembra duas folhas (ou asas), trouxe a inovação de uma estrutura que se movimenta em 360 graus no eixo perpendicular ao chão, proporcionando uma sombra suave em qualquer hora do dia.

Sobre o autor
Nascido em 1981, no estado de Santa Catarina, Jader Almeida trabalha desde os 15 anos na indústria de móveis, e já muito jovem começou a desenhar peças. Sua parceria com o Studio Sollos, onde ele atua como diretor de criação, já lhe rendeu mais de 50 prêmios de design, nacionais e internacionais. O design escandinavo está entre as principais referências do artista, que sempre dá um toque artesanal às suas peças. 

 

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3. Cadeira Vermelha (1993),
Irmãos Campana

Uma cadeira-escultura com estrutura metálica forrada com 450 metros de cordas trançadas. A confecção é tão complexa que apenas um homem é responsável por fazê-la. Foi o primeiro móvel brasileiro a ser exposto no MoMa, o Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1994 e é marcado pelo estilo irreverente dos irmãos. 

Sobre o autores
Humberto e Fernando são referência máxima quando se trata de design de mobiliário brasileiro. Fugindo dos clichês, com muita liberdade criativa e muita reutilização de materiais (sustentabilidade), hoje os Irmãos Campana são símbolos nacionais de extravagância, e uma brasilidade que se traduz na reinvenção de materiais simples em criações fantásticas. Colecionando prêmios como o George Nelson Design Award e Le Prix du Nombre d’Or, os irmãos têm cadeira cativa em feiras de design internacional, e várias peças em museus contemporâneos como o MoMA, em Nova York.

 

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4. Cadeira Bowl e Cadeira
Três Pés (1951), Lina Bo Bardi

Uma forma arrojada e muito confortável inspirada em tigelas usadas por caiçaras, que se move para todos os lados apoiada sobre um suporte metálico. Esta é a Cadeira Bowl, criada por Lina para revolucionar o design brasileiro é até hoje um ícone do design.

A cadeira Trés Pés também foi criada na década de 50 e assinada por Bo Bardi e Giancarlo Palanti. Composta também por uma estrutura metálica que suspende um assento de couro, a peça lembra uma rede indígena e evidencia a paixão da arquiteta ítalo-brasileira pelo Brasil. 

Sobre o autora
Passeando entre o moderno e o primitivo, Lina (1914-1992) é um dos nomes de referência da arquitetura no Brasil, sendo conhecida pelo seu design que unia o rústico e naturalista, com apreço pelo industrial em contraste com tradições populares brasileiras, pelas quais era apaixonada. Entre suas obras mais conhecidas estão no MASP, o edifício do Sesc Pompéia, de 1977 e o Teatro Oficina, de 1984. 

 

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5. Poltrona Mole (1957),
Sergio Rodrigues

A obra-prima do designer carioca, a peça icônica levou o nome de Sergio para o mundo. A estrutura é feita em madeira maciça, com percintas em couro transpassadas e almofadões abotoados no assento. Um sonho de consumo também exposto no MoMa, a poltrona foi pensada para ser confortável e irreverente, como o Brasil. 

Sobre o autor
O carioca Sergio Rodrigues (1927 – 2014) formou-se em 1952 na Faculdade Nacional de Arquitetura do Brasil e sempre quis acompanhar um mobiliário que acompanhasse a inovação da arquitetura brasileira, que na época ganhava destaque internacional. Beleza, prazer, diversão, “peças com alegria de criança” são marcas do seu trabalho, que hoje figura entre os mais importantes do Brasil. 

 

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6. Cadeira São Paulo (1982),
Carlos Motta

Um banquinho clássico de campo, com um encosto espetado no assento: a fórmula simples desta cadeira cativou o mundo do design e é uma das peças mais famosas do portfólio de Motta. Com uma técnica construtiva muito característica e facilmente reproduzível para outros modelos, ela acabou se tornando uma referência do design brasileiro e ganhou vários prêmios, como o 1º lugar na categoria móveis – II Premio Museu da Casa Brasileira de Design (1986) e o Objeto Brasil / Design 500 anos, criado pela Pinacoteca do Estado de São Paulo (2000). 

Sobre o autor
Nascido em 1953, apaixonado por marcenaria, foi em 1978, depois de uma temporada na Califórnia (EUA), que Carlos Motta inaugurou a sua própria fábrica de cadeiras e passou a consolidar sua marca no mercado. Sustentabilidade é um dos pilares do seu design, que busca ser também óbvio, simples e longevo. 

 

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7. Cadeira Espreguiçadeira (1950),
José Zanine Caldas

O nome desta poltrona fala por si, com a forma semelhante às cadeiras que hoje permeiam as casas de praia no Brasil, a poltrona tem estrutura em madeira maciça e assento encosto trançados em couro. As linhas leves e orgânicas que compõem a peça expressam o jeito bem brasileiro de pensar de José Zanine. 

Sobre o autor
Nascido na Bahia, José Zanine Caldas (1919 – 2001) aprendeu a desenhar de forma autodidata e nunca fez uma faculdade. Deu os seus primeiros passos na escultura em madeira construindo carroças e aos 18 anos mudou-se para São Paulo para tentar a vida como desenhista no escritório Severo & Villares. Deu aulas como professor de maquete na Universidade de Brasília. Conhecido como Mestre da Madeira, no começo dos anos 90 ganhou reconhecimento internacional, expondo inclusive no Museu do Louvre, em Paris. 

 

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8. Cadeira de Balanço Rio (1977),
Oscar e Anna Maria Niemeyer

As curvas características de Niemeyer aparecem nessa obra criada em conjunto com a sua única filha. Feita de madeira prensada acabada em laca, com acabamento em palhinha e couro, a cadeira foi inspirada nas paisagens cariocas, e o objetivo era fugir do design tradicional e criar formas memoráveis. Deu certo, não é mesmo?

Sobre o autores
Um sobrenome que praticamente dispensa apresentações. Oscar e Anna, pai e filha, começaram a trabalhar juntos na década de 1970, quando o arquiteto começou a desenhar a sua linha de móveis e convidou a filha, galerista e designer de interiores, a realizar com ele os projetos. Niemeyer está na memória dos brasileiros através das obras em Brasília, o Parque Ibirapuera em São Paulo e outras grandes obras nacionais.

Gostou desta lista? Para nós é sempre um prazer enaltecer talentos nacionais e temos vários imóveis com essas e outras peças incríveis dentro.

Quer ver de perto? Confira a nossa lista: 

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